quarta-feira, 14 de julho de 2010

POÉTICA


Uma das coisas que mais gosto nessa vida é de escrever sobre tudo que se passa cá dentro de mim. Não sou nenhum José Saramago, muito menos um Machado de Assis, mas consigo traduzir em prosa meus sentimentos. No entanto, confesso que nunca consegui escrever um poeminha sequer. Acho os poetas verdadeiros deuses, seres inalcançáveis para mim. Talvez, esteja aí o meu fascínio e o meu amor pela poesia. Na verdade, este tipo de arte consegue arrancar as emoções mais recônditas do meu coração... Dentre os milhares de poemas que amo, destaco este de Castro Alves.


O BAILE NA FLOR


Que belas as margens do rio possante,
Que ao largo espumante campeia sem par!...
Ali das bromélias nas flores doiradas
Há silfos e fadas, que fazem seu lar...


E, em lindos cardumes,
Sutis vaga-lumes
Acendem os lumes
P'ra o baile na flor.
E então — nas arcadas
Das pet'las doiradas,
Os grilos em festa
Começam na orquesta
Febris a tocar...


E as breves
Falenas
Vão leves,
Serenas,
Em bando
Girando,
Valsando,
Voando
No ar!...

Nenhum comentário:

Postar um comentário