segunda-feira, 19 de julho de 2010

EU GOSTO DO CARLOS NO ROSA


Já disse aqui que os poemas são especiais para mim,por isso seria uma tarefa muito difícil enumerar os poetas de que mais gosto,já que todos,indistintamente,conseguem me tocar de alguma maneira.Porém,atrevo-me a dizer que DRUMMOND,seguramente, figura entre os meus favoritos.Afinal,quem não gosta desse Homem? E foi,justamente, por causa desse amor nacional por Ele que decidi fazer esse post.Vamos lá,então.Esta semana,estava eu surfando pela internet,quando me deparei com um vídeo excelente,no qual o talentosíssimo músico SAMUEL ROSA transforma em música o famoso "Poema de Sete Faces".Achei de uma delicadeza sem igual e fiquei refletindo o quão mágicos são os Poetas.É lindo ver que passados mais de vinte anos de sua morte,o Itabirano "triste,orgulhoso: de ferro" continua despertando o desejo nas pessoas de revisitar e assim brincar de cantar poemas ou de filmar poemas ( "O caso do Vestido" é um ótimo exemplo desse último)...Tudo isso é a prova irrefragável de que,com o passar do tempo,os grandes Gênios de nossa Literatura continuam imortalizados em suas obras.
A seguir,trago o texto do poema e o vídeo da música para quem quiser conferir.Por hoje é só,amigos.Até a próxima!

PS.:Queridos,Drummond é um tema recorrente para mim,não estranhem se eu voltar a falar sobre ele nas próximas vezes.



Poema de Sete Faces


Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.

O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.

Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus,
se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.






4 comentários:

  1. Querido Handerley! Bom encontrar um espaço seu aqui na blogesfera. Vi seu comentário em minha última postagem, vim retribui-lo - mas voltarei mais vezes, independente de retribuições, pode me esperar.

    Quanto ao Drummond, estou orgulhosa que meu comentário seja o primeiro nessa sua postagem. Afinal, ele também me encanta. Versos me encantam, aliás. Nunca soube lidar com eles, me saio melhor com textos em prosa, triviais. E, talvez por isso, eu fique encantada com tanto sentimento contido em rimas e estrofes.
    Já assisti o Samuel Rosa interpretando essa obra do Drummond antes, numa de minhas aulas de Literatura. É a mistura de duas grandes artes, afinal. A música e as palavras escritas. O efeito é lindo.
    -
    E caso queiras saber, meus versos preferidos do Drummond:
    'Amar o perdido
    Deixa confundido este coração
    Nada pode o ouvido
    Contra o sem sentido apelo do não
    As coisas tangíveis
    Tornam-se insensíveis à palma da mão
    Mas as coisas findas
    Muito mais que lindas
    Essas ficarão.'

    (Se não for extamente assim, perdoe-me. Resgatei mentalmente)

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  2. *exatamente

    Céus, meu comentário ficou um exagero, rs

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  3. Imagina,Larissa...Ficou ótimo!!! Muito grato pela visita!

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  4. handerley, amei! Você me fez pensar em vários erros que eu cometi no meu blog, depois de ver o seu. Estou começando a perceber que tudo isso é também um bom trabalho de autoconhecimento! um abração e desejo muito sucesso! :D

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